Estudo aponta 4 tendências sobre futuro das mulheres no mercado de trabalho

por Equipe Alstra

De acordo com o estudo O futuro das mulheres no trabalho: Transições na era da automação, do McKinsey Global Institute, até 2030, entre 40 milhões e 160 milhões de mulheres devem precisar mudar de ocupações em todo o mundo.

O mercado vai exigir que elas sejam habilidosas, flexíveis e conhecedoras de tecnologia. O relatório aponta ainda os desafios que elas terão de enfrentar para se adaptar à nova realidade do mercado de trabalho nos próximos anos.

A pesquisa foi realizada em dez países, sendo seis deles com economias maduras (Canadá, França, Alemanha, Japão, Reino Unido e Estados Unidos) e quatro com economias emergentes (China, Índia, México e África do Sul). Somados, esses países detêm metade da população mundial e cerca de 60% do PIB global.

Confira as quatro principais tendências descobertas no estudo:

1. O potencial de perda e ganho de empregos entre homens e mulheres é parecido, a diferença está nas áreas ocupadas pelos dois gêneros

Segundo a pesquisa, até 2030, 20% das mulheres que trabalham nos dez países pesquisados (107 milhões de pessoas) podem ter seus empregos alterados pela automação. Índice muito semelhante ao dos homens, de 21% (163 milhões de trabalhadores).

A automação atinge mais as tarefas repetitivas, tanto as que exigem habilidades físicas (com predominância masculina), como operador de máquina ou artesão, quanto cognitivas (maior presença feminina), como os trabalhadores da área administrativa e serviço. Segundo o estudo, 40% das vagas perdidas pelos homens até 2030 e 52% das pelas mulheres estão nessas categorias.

Em contrapartida, as mudanças no mercado de trabalho também vão causar aberturas de vagas com o crescimento da produtividade em decorrência do progresso tecnológico. Por conta das áreas em que trabalham, proporcionalmente, as mulheres podem estar em melhor posição para conquistar essas vagas. Segundo a pesquisa, de hoje até 2030, as mulheres podem conquistar 20% mais empregos, o que equivale a 171 milhões de vagas. Os homens teriam 19% mais vagas, ou 250 milhões de empregos ganhos.

2. As vagas ocupadas pelas mulheres tendem mais à automação parcial do que à total substituição

Segundo o estudo, muitos dos atuais empregos ocupados pelas mulheres devem sofrer modificações com as novas tecnologias, ocasionando uma automação parcial do trabalho, ou seja, a automação não eliminará o posto de trabalho.

As máquinas serão responsáveis pelas tarefas repetitivas de rotina, permitindo que a profissional use seu tempo para gerenciar pessoas, aplicar conhecimentos e interagir com as partes interessadas.

Essas alterações permitiriam, por exemplo, uma ocupação mais flexível, ideal para as mulheres que ainda são as principais responsáveis pelo trabalho doméstico.

3. De 7% a 24% das mulheres empregadas atualmente passarão por mudanças nas ocupações

Em todo o mundo, de 40 a 160 milhões de mulheres (o que equivale a 7% a 24% da força de trabalho atual) podem precisar fazer mudanças de ocupações para atender à demanda do mercado. O índice é parecido com o dos homens (entre 8 e 28%).

Para garantir as novas vagas, elas precisarão de maior nível educacional. Em cinco das seis economias maduras pesquisadas, onde elas se graduam com taxas iguais ou maiores que os homens, a demanda é para profissionais com nível universitário ou avançado. O desafio é maior para as mulheres das economias emergentes, onde a taxa de educação feminina ainda é menor que a masculina. Em três dos quatro países do estudo, a demanda exigirá a educação secundária.

4. Habilidade, flexibilidade e conhecimento técnico serão essenciais

Independentemente do gênero, o trabalhador do futuro precisará ter as habilidades procuradas, a flexibilidade para se adaptar ao novo mercado e o conhecimento da tecnologia para trabalhar com sistemas automatizados.

Para atender a demanda e desenvolver as habilidades necessárias, as mulheres precisam transpor as barreiras estruturais e sociais que atrasam o alcance à igualdade de gênero no mercado corporativo. É preciso investimento público e privado em treinamento para garantir chances iguais.

Conquistar a mobilidade e a flexibilidade também é desafiador para as mulheres, já que elas dedicam muito mais tempo que os homens às tarefas não remuneradas e, muitas vezes, têm sua integridade física mais ameaçada ao se locomover. O engajamento em tecnologia é outra preocupação que as mulheres devem ter para garantir a permanência no mercado de trabalho do futuro. O interesse pelo tema ainda é majoritariamente masculino. De acordo com o estudo, os homens têm 33% mais acesso à internet que as mulheres e elas representam apenas 35% dos estudantes da área de tecnologia, engenharia e matemática.

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